Hoje a postagem é longa e dedicada à campanha.
Tenho visto reportagens, matérias em blogs, depoimentos em redes sociais de mulheres que resolveram "abrir a boca" sobre questôes que nos incomodam desde sempre: assédio, violência, destrato.
Resolvi me juntar à elas e trazer uma experiência recente minha.
Sei que nem todos os homens são assim, mas a maioria é desse jeito que tratamos
(todas as que resolveram falar) sob o título desta de hoje.
Primeiro posto o link do blog com a matéria que disparou o meu relato.
Antes de opinar, leia. Eu li e posso opinar!
E se você não ler, não vai compreender o relato que segue.
Outro dia fui a Icaraí. Fui para passear? Não. Tinha coisas a resolver e algumas eram em lojas. Masculinas, sou casada. Uso uma aliança de quase um centímetro de largura no meu dedo porque EU escolhi usar. Fui comprar roupas para o meu marido.
Fui arrumada, claro. Sou mulher, não tenho "problemas" com minha auto-imagem e sem modéstia, sei me vestir de acordo com meus quarenta e dois anos, com meu "status" e com o local e ocasião.
Vestida estava com uma calça "boyfriend" (larga, para quem não conhece), uma camisa social e acessórios padrão: salto alto, bolsa, adornos.
Não uso maquiagem, nunca gostei e não curto.
Ou seja, estava sem decotes, sem pernas à mostra, sem os itens ditos provocativos.
Estava bonita? Claro! Me acho bonita e se me arrumo, é para continuar bonita.
E vocês se perguntando devem estar "aconteceu algo?"
Nada fora do que acontece com toda mulher que anda sozinha (e as vezes com as que andam em grupo). Você se vê desconfortável pois alguns seres do sexo masculino não conseguem manter seus pensamentos dentro da cabeça.
Porque seu educado "bom dia", recebe de volta um "bom dia , _____".
Porque os vendedores parecem não ouvir que você ali está para comprar uma calça para o seu marido, e ao menor sorriso educado seu, se alvoroçam como urubus em cima de um peixe morto.
"Ah, mas também, quem manda sorrir?"
Se você pensa desta forma, vá para a casa do c******!!!
Existe uma diferença abissal entre ser educada e simpática do flertar! Quem me conhece sabe que se tem uma coisa que não sou é simpática. Nem com conhecidos, que dirá com estranhos. Não tenho uma postura "amigável, amiguinha". Sou soberba, altiva, dura, ainda mais com os 1,80m que os saltos me deixam.
Minha voz não é mansa, meu tom é autoritário, em suma prefiro intimidar.
E ainda assim tem um ou outro que, escorado por séculos de comportamento sexual machista, por instintos ainda animais de comportar-se quando em presença feminina,se sente livre para fazer graça, se alvoroçar todo, e sabemos que em alguns casos ousar na gente tocar!
Caras... Na boa? Aviso não somente por mim, mas por muitas mulheres e amigas que tenho, sabe a parada do "gigante acordou"? Pois é... Abram o olho. Cuidem de ver com quem e para que estão se "pavoneando", em cima de quem estão avançando.
Estamos acordando, outras (eu) já acordaram. Uma hora meu marido vai ter que ir me buscar na delegacia pois terei cravado o salto no olho de um idiota desses. Talvez não chegue à isso mas, que vai ficar no chão sem poder durante muito tempo pensar em mulher, vai.
"Mas você não pode, Kiki. Se reagir o cara subjuga você!"
Gatas, primeiro, é por ficarmos na nossa que damos o "consentimento" para os carinhas se acharem. E, se o cara não entende limites, não reagir não impede ele de agir.
Não estou convocando ninguém à sair dando porrada em ninguém, ok? Apenas junto minha voz àquelas que cansaram de ser vistas como adornos bonitos que podem ser indiscriminadamente cobiçadas e ofendidas.
Não vou parar de cuidar de mim, de me arrumar, de ser bonita porque uns babacas não sabem manter a língua dentro da boca ou as mãos dentro dos bolsos!
E, para ilustrar mais...
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